Por um motociclista brasileiro em Londres...
Dizem que damos mais valor a algo, quando ficamos sem, é verdade.
O frentista sumiu, não existe mais.
Quando vamos ao posto abastecer nossa moto, não importa se estamos na cidade, no posto perto de casa ou em alguma estrada por ai, é rotina de muitos de nós bater um papo rápido com o frentista. Mas comigo nao é mais... tenho saudades do frentista.
Têm motociclistas que tratam o frentista no "automático", tipo:
- Enche o tanque! Quanto deu? Toma ai. Até logo.
Tem outros, como eu, que troca(va) idéia:
- Olá amigo beleza?
- Tudo jóia patrão, bonita moto, pode encher?
- Obrigado. Sim, até a boca, mas cuidado para não vazar no tanque!
- Deixa comigo.
- Valeu. Vou pagar no cartão. Dá proxima pago em grana e tu fica com o troco blz?
- Tranquilo patrão, a maquina do cartão tá logo ali.
- Legal. Que dia quente hein!
- Se tá para o senhor nessa motona, imagina pra mim aqui!
- Verdade, mas é seu trabalho né, vale a pena, sustenta a familia.
- Vale mais quando atendemos gente boa que nem o senhor!
- Deixa disso...
- Tem gente que nem olha pra cara da gente...
Na Europa, Estados Unidos, Canadá e em muitos outros países do chamado "primeiro mundo", assim como o trocador do ônibus, também não existe mais o frentista. Resido em Londres desde 2012 e de lá para cá, sinto falta desses profissionais.
Moral da história: respeite e valorize o frentista! Aliás, seja qual for o ser humano... a crônica é simples, a mensagem também. Complicado é a forma como algumas pessoas tratam outras, devido a atividade que executa.
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