quarta-feira, 16 de abril de 2014

Saiba como usar melhor o freio dianteiro!

Muitos já devem ter ouvido falar que o freio dianteiro é responsável por algo entre 60% e 70% de capacidade de frenagem de uma moto, não é a toa que as superesportivas contam com dois discos grandes na dianteira e apenas um pequeno na traseira, mas, ainda assim, persiste um temor bastante generalizado em seu uso.

Quando éramos pequenos nossas mães sempre muito zelosas nos advertiam para não frearmos muito forte com a roda dianteira da bicicleta para não “capotarmos”. Situação, na prática, bem difícil de acontecer, mas a temeridade existente quanto a essa possibilidade ou quanto à possibilidade de uma derrapagem da roda dianteira, e consequente tombo, estão bem presentes até hoje com o uso das motos.

Quando realizamos eventos de verificação de itens de segurança, invariavelmente é detectado um desgaste bastante grande no freio traseiro enquanto o freio dianteiro ainda mostra boa vida útil, prova de que a maioria dos motociclistas usa mais o freio traseiro do que dianteiro. Além do medo de cair, acreditamos que também exista uma falha na formação dos novos motociclistas, pois este fundamento de pilotagem sequer é praticado em treino e na prova para obtenção de uma CNH.

Pode até ser uma surpresa para alguns, mas numa prova de motovelocidade um piloto experiente praticamente não usa o freio traseiro, tal sua pouca eficiência. Então como superar o medo e passar a usar mais o freio que lhe dará mais capacidade de parar o movimento da moto e, portanto, mais segurança?

A primeira dica é de postura. Quem deve conter a inércia de movimento do corpo são, principalmente, as nossas pernas e não os nossos braços. Por ocasião de uma frenagem mais forte as pernas devem estar bem encaixadas no tanque de combustível e sobre este aplicar uma pressão tal que seja capaz de deixar bem firme o corpo do piloto na moto, evitando seu deslocamento ou mesmo o emprego de força exagerada dos braços sobre o guidão.

A segunda dica é ter em mente que a suspensão da moto é, via de regra, bem dimensionada para absorver o “mergulho” decorrente de uma freada forte com a roda dianteira, o quê torna quase impossível uma capotagem. Além disso, para evitar uma derrapagem basta manter a moto na vertical, sem inclinação para nenhum lado, e o guidão transversal ao quadro, formando com este um “T”, sem nenhum grau de esterçamento para qualquer lado. Com a moto na vertical e o guidão em “T”, a suspensão se incumbirá de absorver a inércia de movimento do conjunto e os pneus farão a moto parar, sempre com o controle do piloto. No caso da moto não contar com sistema ABS (o que tornaria tudo automático), é o piloto que deverá ter a sensibilidade para soltar um pouco o freio caso sinta que o pavimento não ofereça uma aderência suficiente para a frenagem ou, em casos mais extremos, a derrapagem venha a acontecer.

Como dica, a sugestão é praticar uma melhor frenagem com a roda dianteira. Para isso, procure uma rua asfaltada sem movimento e faça várias passagens com frenagens só com a roda dianteira e com o motor engrenado em velocidade baixa, no máximo de 40 Km/h. A cada passagem procure diminuir um pouco a distância para a total parada do movimento. Com esse exercício você conhecerá melhor a reação da sua moto e a sua capacidade de frear, mas lembre-se de estar apropriadamente trajado com capacete, botas, luvas, calça e jaqueta com proteções.

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